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V CONGRESSO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CRF RIO DE JANEIRO, 19 A 22. 09. 07
PROF. JOSÉ AUGUSTO C. BARROS Departamento de Saúde Coletiva/UFJF josebarros@uol. com. br
Concepções sobre a medicina moderna e suas manifestações na saúde contemporânea NOVAS TENDÊNCIAS NO PROCESSO DE MEDICALIZAÇÃO
LA VIDA SÓLO PUEDE SER COMPRENSIBLE MIRANDO PARA TRAS PERO SÓLO PUEDE SER VIVIDA MIRANDO PARA DELANTE SOREN KIERKGAARD 4
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DOS VALORES DOMINANTES EM RELAÇÃO AO CORPO ESTETICA E SOCIALMENTE BEM ACEITO ?
QUAIS AS ESTRATÉGIAS PRIVILEGIADAS PARA CONSEGUI-LO
• Dois fenômenos da sociedade industrial pós-moderna, a medicalização e o culto à forma corporal, abriram espaço para a disseminação do consumo irracional de fármacos
“embora provavelmente cada época tenha estabelecido seus padrões de beleza, também é verdade que, nos últimos 100 mil anos de evolução, o ser humano jamais teve ao alcance da mão uma coleção tão ampla de medicamentos, procedimentos cirúrgicos ou ferramentas para modificar a aparência do próprio corpo como agora” Albert Figueras
ALBERT FIGUERAS, OTIMIZAR A VIDA – CÓDIGOS PARA RECONHECER A FELICIDADE, Planeta, / Academia de Inteligência, 2007
O objetivo perseguido é o de alcançar um corpo perfeito de forma rápida e fácil
UM NÚMERO REDUZIDO DE ESTRELAS DE CINEMA E TOPMODELS CONSEGUEM ALCANÇAR ESSE CORPO TIDO COMO IDEAL (MUITAS VEZES MODELADOS PELO BISTURI DO CIRURGIÃO PLÁSTICO OU, NAS FOTOS, UTILIZANDO-SE OS RECURSOS DO PHOTOSHOP QUE EXCLUI MANCHAS E BARRIGAS E ARREBITA GLÚTEOS)
DUAS OPÇÕES DOMINANTES ANOREXÍGENOS ANABOLIZANTES
ATÉ ONDE O MARKETING SE SOPREPÕE À CIÊNCIA, APESAR DO PRESTÍGIO DA “MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS ?
CIÊNCIA X NEGÓCIOS
Em 2004 o Canadian Medical Association Journal divulgou um documento interno da companhía Glaxo que instaba seus empregados a ocultar os resultados de um ensaio clínico realizado em 1998, segndo o qual a paroxetina não apresentava benefícios no tratamento da depressão em adolescentes
Distorsões do mercado farmacêutico
EM UM EXTREMO GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL CARECE DE PRODUTOS NECESSÁRIOS PARA TRATAR OS PROBLEMAS DE SAÚDE MAIS COMUNS E EM OUTRO TODOS OS HABITANTES ESTÃO SUJEITOS A SEREM TRATADOS COM MEDICAMENTO NÃO PARA ENFERMIDADES CONCRETAS MAS PARA “ENFERMIDADES EXAGERADAS OU INVENTADAS” (CALVICIE, TIMIDEZ, TRISTEZA E DIFICULDAES SEXUAIS)
O chamado “desequilibrio 10/90” implica que somente 10% dos 70 bilhões de dólares gastos por ano em I & D pelos setores público e privado sejam utilizados para investigar os problemas de saúde de 90% da população do mundo Berlinguer G. Bioethics, health, and inequality. Lancet 2004; 364: 1086 -91
Os gastos previstos em 2006 para marketing e publicidade somariam R$ 979 milhões, ao passo que para P&D alcançariam apenas R$ 302, 4 milhões FEBRAFARMA, Valor Econômico 24/03/2006
Trabalham para que seja alcançado níveis de felicidade e de satisfação corporal as indústrias da moda, cosmética e também a farmacêutica e seus interesses mercadológicos com uma série de equívocos e riscos inerentes às alternativas que vão criando e disseminando
NOVA TÉCNICA PARA PERDA DE GORDURA . Originada em Israel e utilizando um aparelho de ultra-som, a nova estratégia, a um custo que vai de R$ 1. 200, 00 a R$2. 500, 00 por sessão, é deveras atrativa quando proclama a possibilidade, via emissão de ondas acústicas, de perda de até 300 g de gordura por sessão e isto sem que se faça necessário o uso de anestesia
Apesar das declarações favoráveis de dermatologistas que aderiram à estratégia, outros profissionais vêm alertando para os riscos de embolia, esteatose hepática ou de pancreatite em portadores de níveis elevados de triglicérides
The Ghana Pharmaceutical Journal. Pharmaceutical Society of Ghana. Vol. 30 No. 1 August, 2005
PROMOVE UM FÁRMACO QUANDO A ORIGEM DO PROBLEMA TEM A VER COM ESTILO DE VIDA
Brasil é maior consumidor de anfetamina (Folha de S. Paulo, 02. 03. 06) • Utilizadas principalmente como anorexígenos, as anfetaminas passaram de 6, 97 doses diárias por mil habitantes, que o Brasil apresentava em 1993 -95, a 2, 57 doses diárias por mil habitantes, em 1997 -99. A partir desse biênio, entretanto, o consumo cresceu atingindo o índice de 9, 1 doses diárias por mil habitantes no biênio 2002 -2004.
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6 casos de jovens modelos (entre 14 y 23 anos) morreram de anorexia nervosa (FINAL DE 2006, INICIO DE 2007) De 1999 a 2003, foram 141 os casos de óbitos notificados 30
Entre 1999 e 2004, no Brasil ocorreu um aumento de 254% no consumo de INIBIDORES DO APETITE!!!. . .
VAIDADE DE RISCO • Os fármacos anorexígenos podem causar dependência química, insônia, irritabilidade, taquicardia e hipertensão arterial, além de estar relacionadas à incidência de depressão, crises de ansiedade e pânico
“As anfetaminas apresentam um campo limitado de proveito e seu uso deve ser desestimulado, pois podem causar dependência e estados psicóticos” BNF, 1994 33
“Os supressores do apetite de ação no sistema nervoso central não têm real valor no tratamento da obesidade uma vez que não melhoram a perspectiva de tratamento a longo prazo. Eles são simpaticomiméticos e a maioria tem intenso efeito estimulante para o sistema nervoso central. 34
O uso de fármacos símilares à anfetamina (dietilpropiona [ou anfepramona], mazindol e fentermina) não se justifica uma vez que qualquer benefício possível não é mais importante que os riscos envolvidos; o abuso, particularmente da dietilpropiona, é um problema crescente” (BNF, 1990)
La Agencia Española del Medicamento, en cumplimiento de la decisión de la Comisión Europea de fecha 9 de marzo de 2000, ha ordenado la revocación de las autorizaciones decomercialización, y consiguiente retirada del mercado, de los medicamentos contengan los siguientes principios activos: anfepramona, clobenzorex, dexfenfluramina, fenbutrazato, fendimetrazina, fenfluramina, fenmetrazina, fenproporex, fentermina, mazindol, mefenorex, norpseudoefedrina y propilhexedrina 36
Está sendo instalado pela ANVISA o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) O Sistema foi criado para recolher e fornecer informações para toda a rede de fiscalização do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) sobre o consumo de producos controlados, tais como anorexígenos e antidepressivos
RED BULL, vendido em 100 países acaba de ser proibido na Dinamarca e França • Aumenta a resistência física, agiliza a capacidade de concentração e a velocidade de reação, brinda mais energia e melhora o estado de ânimo. Tudo isso pode ser encontrado em uma latinha de RED BULL, a bebida energética do milênio. . !
• Vitaminas misturadas com GLICURONOLACTONE, desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante os anos 60 para estimular a moral das tropas no VIETNAM, atua como uma droga alucinógena Os efeitos foram tão devastadores que deixou de ser usado ( alto índice de casos de enxaqueca, tumores cerebrais e enfermidades do fígado)
Casos Registrados de Intoxicação Humana por Agente Tóxico e Centros dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, 2004. MEDICAMENTOS AGROTÓXICOS 5. 061 (33, 57%) 1. 006 (6, 67%)
• VIGOREXIA Transtorno psiquiátrico caracterizado pelo culto ao corpo, com um obsessão por torná-lo musculoso, nunca se satisfazendo com o estado alcançado (Transtorno dismórfico corporal, presente também nos anoréxicos)
A busca de resultados mais rápidos, não somente leva à prática de excesso de exercícios como ao uso indiscriminado de hormônios sintéticos
O QUE SÃO ANABOLIZANTES ? Os androgênios fazem parte de um grupo de hormônios pertencentes a uma categoria bioquímica mais ampla, os esteróides, que inclue, igualmente os glicocorticóides, mineralocorticóides, estrogênios e progestogênios, todos apresentando em comum a estrutura molecular básica derivada do colesterol
ALGUMAS COMPLICAÇÕES • Nos tendões, ossos e ligamentos • Impotência sexual • Danos renais e hepáticos (cirrose e câncer) • Risco aumentado de AVC • Virilização em mulheres • Ginecomastia e atrofia dos testículos em homens • Depressão
Com os exercícios físicos, se incrementa a elaboração de proteínas e aumento das fibras musculares, havendo incremento concomitante do conteúdo celular de água
Na atualidade, esses produtos são largamente consumidos por atletas profissionais ou não, levantadores de peso e adeptos do fisiculturismo, além do emprego por aqueles à cata de melhorar a aparência ou adequá-la aos padrões estéticos vigentes
INSATISFAÇÃO PRECOCE
ESTUDO FEITO EM B. HORIZONTE COM 1. 183 ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL COM IDADE DE 06 E 18 ANOS 80% COM PESO NORMAL 34% QUERIAM SER MAIS MAGROS 29% GOSTARIAM DE GANHAR PESO
A história singular dos antidepressivos
1 - Os antidepressivos atuais foram descobertos quando alguém administrou um derivado da hydrazina a pacientes tuberculosos. O efeito inesperado (e único) foi que eles ficaram mais alegres 2 - Mais tarde, descobriu-se que a mesma substância aumentava (pouco importa como) a quantidade de um neurotransmissor no cérebro (a serotonina).
3) Supondo que essa alteração fosse responsável pelo bom humor dos pacientes tuberculosos, decidiu-se experimentar o uso de substâncias análogas em pacientes deprimidos 4) Para isso, foi necessário construir um padrão de comportamentos e afetos que identificassem os deprimidos; nasceu assim "a depressão". De fato, entre 30 e 40% dos sujeitos que correspondem a esse padrão se beneficiam com o uso dessas substâncias
5) Por que não todos? Considerando que a definição padrão da depressão é comportamental, afetiva e discursiva, não química É difícil verificar o nível de serotonina no cérebro)
é possível que muitas depressões se adéqüem ao padrão comportamental e afetivo estabelecido, mas que se expressem por alterações químicas diferentes da insuficiência de serotonina
reagiriam positivamente a antidepressivos só aqueles deprimidos que expressam quimicamente sua depressão pela diminuição da serotonina no cérebro COMO IDENTIFICÁLOS ?
SÓ EXPERIMENTANDO
6) Assim como haveria depressões que não se expressam pela insuficiência da serotonina, é também possível que haja, fora da depressão, tristezas e morosidades que se expressem por uma falta de serotonina. NESSES CASOS, OS ANTIDEPRESSIVOS AJUDARIAM. COMO IDENTIFICÁ-LOS?
SÓ EXPERIMENTANDO
NOVAS TENDENCIAS DA MEDICALIZAÇÃO
TRANSFORMANDO “PESSOAS PREOCUPADAS COM A SAÚDE” EM “DOENTES PREOCUPADOS”
um problema concreto, tal como as doenças cardiovasculares, pode ser considerado ENFATIZANDO o foco estreito da taxa de colesterol ou da tensão arterial
A prevenção das fraturas da bacia em idosos, confunde-se com a obsessão em mensurar a densidade óssea das mulheres de meia-idade que gozam de bons níveis de saúde
O simples fato de ser um sujeito “predisposto”, considerado capaz de desenvolver uma patologia, torna-se motivo para reforçar um novo doente e uma nova doença em si
Torna-se mais tênue a linha divisória entre o “sadio” e o “doente”, ficando cada vez mais elástica e se ampliando a abrangência de definição de determinadas patologias
APELOS DA SEDUÇÃO PUBLICITÁRIA Exclusivo Juvenil Único Diferente FELICIDADE / JUVENTUDE TRANQUILIDADE / SILÊNCIO DESCANSO / NÃO-ESTRESSE
Vamos abrir nossos olhos?
INDICAÇÃO ACEITÁVEL PARA ECZEMA INFECTADO, MAS NÃO PARA DEMATITE ATÓPICA OU DE CONTATO OMITE EFEITOS ADVERSOS E PRECAUÇÕES EXAGERA O ITEM “SEGURANÇA” Indian Journal of Dermatology, Veneralogy, Leprology. Vol 71 (6), 2005
DIFUNDIDO NA MALÁSIA ESTARIA INDICADO PARA MULHERES QUEREM EVITAR O SANGRAMENTO MENSAL ALIVIO TEMPORÁRIO DE INTENSOS FOGACHOS OMITE EFEITOS ADVERSOS
Medicalização de cães e gatos: stress? ?
maioria dos médicos negam que presentes da indústria farmacêutica influem em suas prescrições (Wazana A. Physicians and the pharmaceutical industry. JAMA 2000; 283: 373 -380) A O número de brindes recebidos se relaciona com a crença de que receber propagandistas não influi sobre a prescrição (Wazana A, idem) Fonte: Breen JK. The medical profession and the pharmaceutical industry: when will we open our eyes? MJA 2004 April 19; 180: 409 -10
• ALGUMAS PROVAS DISPONÍVEIS ACERCA DOS HÁBITOS DE PRESCRIÇÃO DE MÉDICOS • O contato mais frequente com propagandistas está ligado à prescrição desnecessária e ao uso aumentado de novos fármacos (Wazana A, idem; Watkins C, Moore L, Harvey I, et al. Characteristics of general practitioners who frequently see drug industry representatives: national cross sectional study. BMJ 2003; 326: 1178 -1179)
O comparecimento em conferências patrocinadas está associado com a prescrição aumentada de produto do patrocinador. Este aumento pode ser verificado nos 6 meses seguintes (Wazana A, idem) Estima-se que a indústria gaste em promoção farmacêutica cerca de 21. 000 dólares por ano por médico atuante (Jureidini J, Mansfield P. Does drug promotion adversely influence doctors’ abilities to make the best decisions for patients? Australan Psychiatry 2001: 9: 9599) Fonte: Breen JK. The medical profession and the pharmaceutical industry: when will we open our eyes? MJA 2004 April 19; 180: 409 -10
Critérios éticos para promoção de medicamentos (OMS)
Toda propaganda que contenha afirmações relativa aos Medicamentos há de ser fidedigna exata, verdadeira, informativa, equilibrada, atualizada, susceptível de comprovação e ter Bom gosto.
• Não deve conter declarações que se prestem a uma interpretação equívoca ou que não podem ser comprovadas ou ainda omissões que podem induzir à utilização de um fármaco que não esteja medicamente justificado ou que provoque riscos indevidos
INICIATIVAS DOS PRODUTORES ATRAVÉS DE CÓDIGOS DE AUTO-REGULAMENTAÇÃO IFPMA 1981 (revisado em 1994) EFPIA ►The European Federation of Pharmaceutical Industries Associations Code and Guidelines for Websites FARMINDUSTRIA (Itália) / ALEMANHA / SUIÇA (Swiss Academy of Medical Sciences Reccomendations) ABIFARMA 1978 CÓDIGO BRASILEIRO DE AUTO- REGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA 1980 PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS É INCLUÍDA
TENHO MIL RAZÕES PARA NÃO TOMAR REMÉDIOS. ISTO APENAS ESTÁ PERMITIDO A PESSOAS VIGOROSAS E ROBUSTAS QUE CONTAM COM FORÇAS PARA SUPORTAR OS REMÉDIOS ALÉM DA ENFERMIDADE Moliére, O DOENTE IMAGINÁRIO Ato III, Cena III
O Moderno Hipócrates Um dos primeiros deveres do médico é educar as massas a não tomar remédios. O desejo de tomar remédios talvez seja o maior característico que distingue o ser humano dos animais. Sir William Osler (1849 -1919) Aphorisms from his Bedside Teachings (1961), p. 105; H. Cushing. Life of Sir William Osler (1925)
O Moderno Hipócrates NÃO PERGUNTE QUE DOENÇA A PESSOA TEM MAS QUE PESSOA A DOENÇA TEM Sir William Osler (1849 -1919)
NÃO É FELIZ O QUE FAZ O QUER, MAS AQUELE QUER O QUE FAZ 88
Precisamos encontrar tempo para dizer q Obrigado q Bom dia q Desculpe q Eu te amo q Adeus E PARA ABRAÇAR MUITO E SEMPRE 89