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Porém, o homem não pode ser comparado à caneta ou a qualquer outro instrumento, porque ele possui vontade própria, imaginação, memória, fantasia, etc. Não é um instrumento passivo e inerte nas mãos de Deus. É, sim, um instrumento, mas um instrumento ativo, e por isso escreveu, como verdadeiro autor, tudo o que o Autor Principal, Deus, queria. A Bíblia é, pois, um livro divino porque Deus é seu autor principal, mas é também um livro humano, pois é fruto da ação de homens. A inspiração incide sobre todas as faculdades do escritor: conhecimento, imaginação, memória, vontade e faculdades executivas. Porém, cada autor humano continuou filho do seu tempo, de sua cultura e escreveu com os conhecimentos que possuía. O texto bíblico reflete o estilo e a cultura de cada autor humano. Não existe livro mais inspirado que outro. Existem, sim, autores humanos diferentes entre si, vivendo em épocas e lugares diferentes, com graus de cultura diferentes. Os "erros" de história, geografia, ciências e outros que encontramos na Bíblia se devem à limitação dos autores humanos.
Sabemos que a Sagrada Escritura é obra de muitas pessoas. Todas elas, desde que influíram no texto sagrado, foram inspiradas, mesmo que a contribuição do autor tenha sido uma frase, um retoque. Do mesmo modo, todos os livros inteiros são inspirados. A inspiração atinge a totalidade da Bíblia e não só algumas partes mais importantes. A conseqüência mais importante da inspiração é que a Bíblia, por ter Deus como autor principal, não pode conter erro algum. Até pouco tempo atrás, falava-se de INERR NCIA, isto é, a ausência de erros da Bíblia. Mas, basta ler alguns textos para se notar uma série de erros nos mais diversos assuntos (história, geografia, botânica, astronomia. . . ). Hoje, após o Concílio Vaticano II, fala-se de VERDADE BÍBLICA.
"A Escritura ensina fielmente e sem erro a verdade que para nossa salvação Deus quis fosse escrita. "
A Bíblia não é um livro de história, nem de ciências naturais ou de psicologia. A Verdade que a Bíblia quer ensinar é religiosa, importante para a nossa salvação. Portanto, não devemos procurar nela outras verdades. Os erros que ela contém são devidos ao conhecimento limitado dos seus autores humanos. Aliás, não deveríamos falar em "erros", mas em ignorância. O erro existe quando, sabendo a verdade, se ensina o falso. A ignorância consiste em não saber e em não afirmar. Os autores humanos não pretendiam ensinar o falso, mas ignoravam muitas coisas que nós hoje conhecemos.
A verdade bíblica não deve ser buscada em apenas um versículo, parágrafo ou capítulo da Bíblia. Deve ser buscada na sua totalidade. Porque Deus não se revela de uma só vez. Mas o faz aos poucos, à proporção que o homem pode compreender. Houve um progresso na revelação e na pedagogia divina. Por isso a moral do AT é imperfeita em comparação com a moral evangélica. O próprio mistério de Deus vai se esclarecendo pouco a pouco. A Abraão Deus se revela como um entre muitos outros deuses. A Moisés, como o único Deus. Somente Jesus nos revela o mistério profundo de Deus Uno e Trino. Portanto, é preciso tomar a Bíblia na sua totalidade para conhecer a verdade que Deus quis que fosse escrita para a nossa salvação.
Os princípios devem ser vistos a partir de três constatações do Concilio Vaticano II: • 1) Quanto à inerrância, a interpretação da S. E. , procura descobrir e explicitar a revelação e a realidade salvífica de Deus, não porque ela não contenha erros, mas por que nela está contida a Palavra da Salvação; • 2) O que se deve buscar e interpretar nela, são as intenções, de Deus que inspira e do hagiógrafo inspirado que escreve. Visto que, o que Deus quer comunicar é a sua verdade salvífica, contida “firmemente, fielmente e sem erro”; • 3) Devemos olhar todas as afirmações da Sagrada Escritura a partir do plano revelador e salvífico de Deus. Nisso, entende-se que a verdade na Bíblia é a vontade de Deus realizada pela Antiga e pela Nova Aliança. Estas 3 orientações existem para a interpretação da Sagrada Escritura. São deles que resultam os princípios fundamentais, que devem reger as reflexões dos exegetas bíblicos, diante dos textos sagrados.
O C NON BÍBLICO 1. O QUE É C NON BÍBLICO "Cânon Bíblico" é a lista de todos os livros da Bíblia. Cânon, do grego kanón = regra, medida ► catálogo. "Cânon" vem de "cana" que era usada como metro, medida. Daí a palavra passou a ser usada também como norma, regra de verdade ou de fé. Os livros da Bíblia foram chamados "canônicos" a partir do século IV, porque foram reconhecidos como normativos para a fé e a vida dos fiéis.
Existem, para o AT, dois cânones: O Cânon Alexandrino (ou longo) com 46 livros, presente na Bíblia Católica; O Cânon Palestinense (ou curto) com 39 livros, presente nas Bíblias Hebraica e Protestante. Para o NT, o cânon é o mesmo para católicos e protestantes, com 27 livros.
Tendo em vista a aceitação ou não no Cânon, os livros da Bíblia são chamados de Protocanônicos ou Deuterocanônicos. Protocanônicos - são os livros que estão nas três Bíblias (hebraica, católica e protestante). Isto é, aqueles livros que foram considerados inspirados por Deus, sempre e por todos. Deuterocanônicos - são os livros cuja inspiração foi objeto de debates e que são aceitos por uns e rejeitados por outros. Encontram-se somente na Bíblia Católica. São os seguintes livros: AT - Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, 1 livro dos Macabeus, 2 livro dos Macabeus e Baruc. E alguns textos: Ester 10, 4 -16, 24; Daniel 3, 24 -90; 13 -14.
• Apócrifo, do grego apókryphon = livro oculto, isto é, não lido nas assembléias públicas de culto, reservado à leitura particular. Em conseqüência livro não canônico ou não catalogado, embora tenha aparência de livro canônico (Evangelho segundo Tomé, Evangelho da Infância, Assunção de Moisés. . )
• Os apócrifos, embora tenham sido, durante séculos, tidos como desprezíveis portadores de lendas, são ultimamente reconhecidos como valiosos para a história do Cristianismo, porque: • 1) através de suas afirmações referem o modo de pensar dos judeus e cristãos dos séculos pouco anteriores e pouco posteriores a Cristo (século II a. C. até século V d. C. ); • 2) podem conter proposições verdadeiras que não foram consignadas pelos autores sagrados (os nomes dos genitores de Maria SS. , a Apresentação de Maria no Templo aos três anos de idade, a assunção corporal de Maria após a morte. . . ); • 3) contém sentenças de hereges, que contribuem para a compreensão da história do Cristianismo.
FORMAÇÃO DO C NON É muito difícil refazer a história do cânon do AT; sabemos que, pelo ano 130 a. C. o tradutor do livro do Eclesiástico do hebraico para o grego sabia da existência de três grupos de livros que eram o tesouro de Israel: a Lei, os Profetas e os Escritos. O primeiro e o segundo grupo já estavam bem definidos. Quanto aos Escritos, ainda no tempo de Jesus, havia incertezas. No final do século I d. C. vários rabinos reuniram-se no sínodo de Jámnia ou Jabnes ao Sul da Palestina, por volta do ano 100 d C. , a fim de estabelecer as exigências que deveriam caracterizar os livros sagrados ou inspirados por Deus. Mas ainda se discutia a canonicidade de alguns livros.
• Foram estipulados os seguintes critérios: • 1) o livro sagrado não pode ter sido escrito fora da terra de Israel; • 2). . . não em língua aramaica ou grega, mas somente em hebraico; • 3). . . não depois de Esdras (458 -428 a. C. ); • 4). . não em contradição com a Torá ou Lei de Moisés.
• O cânon judaico, com 39 livros, foi fixado nos finais do século II d. C. Um dos motivos que contribuiu para isso foi a Igreja Primitiva que usava o texto grego da Bíblia, que continha 46 livros. Portanto, com os sete livros deuterocanônicos, não aceitos pelos judeus.
• Ora acontece que os Apóstolos e Evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico; tenham-se em vista Mt 1, 23 (► Is 7, 14); Hb 10, 5 (► SI 39/40, 7); Hb 10, 37 s (Hab 2, 3 s), At 15, 16 s (► Am 9, 11 s). O texto grego tornou-se a forma comum entre os cristãos; em consequência o Cânon amplo, incluindo os sete livros e os fragmentos citados, passou para o uso dos cristãos.
• Verificamos também que nos escritos do Novo Testamento há citações implícitas dos livros deuterocanônicos. Assim, por exemplo, Rm 1, 19 -32 ► Sb 13, 1 -9; Rm 13, 1 ► Sb 6, 3; Mt 27, 43 ► Sb 2, 13. 18; Tg 1, 19 ► Eclo 5, 11; Mt 11, 29 s ► Eclo 51, 23 -30; Hb 11, 34 s ► 2 Mc 6, 18 -7, 42; Ap 8, 2 ► Tb 12, 15.
A formação do cânon do NT também é complexa. O anônimo autor da Segunda Carta de Pedro fala da coleção de cartas de Paulo, colocando-as ao lado das "outras Escrituras" (2 Pd 3, 16). Não sabemos quantas e quais cartas ele conhecia. São Justino, nos meados do século II d. C. afirma que os cristãos liam, nas assembléias litúrgicas, as "memórias dos apóstolos", isto é, os evangelhos. A lista de livros do NT mais antiga que possuímos é o chamado Cânon de Muratori, do final do século II d. C. Nela faltam Hebreus, Tiago, as duas Cartas de Pedro e a Segunda e Terceira Cartas de João.
O primeiro cânon oficial da Igreja é o do Concílio Ecumênico de Florença, em 1441, sob o papa Eugênio IV. Porém, a declaração definitiva do cânon bíblico só aconteceu em 1546, na IV sessão do Concílio de Trento. Ali se definiu o cânon do AT com 46 livros e o do NT com 27.
CRITÉRIOS DE CANONICIDADE Como a Igreja tem certeza que esses livros são canônicos? Sem dúvida, não foi por uma revelação especial. O Concílio Vaticano II diz que "mediante a Tradição a Igreja conhece o cânon inteiro dos livros sagrados" (DV 8). Isto significa que, no processo de reconhecimento do cânon, está implícita a ação do Espírito Santo que, segundo Jesus, levará a Igreja à Verdade Total (cf. Jo 16, 13). O mesmo Espírito, que inspirou os autores sagrados a escrever, guia também a Igreja para reconhecer quais livros são inspirados ou não. Além da ação do Espírito Santo, existem outros critérios secundários. Para os judeus, um livro era inspirado e, portanto, canônico, se fosse escrito por um profeta, em hebraico e em Israel. Por isso os livros chamados deuterocanônicos não foram aceitos pelos judeus. Ou porque foram escritos em grego, ou fora de Israel ou por uma pessoa que não era considerada profeta. Já os cristãos olharam a prática de Jesus e dos apóstolos, o uso litúrgico e a sua conformidade com a fé. Os livros que não são inspirados e não fazem parte de nenhum cânon são chamados Apócrifos.
CRONOLÓGICA DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO