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2. História da Doutrina do Pecado Original Retomando aula passada 2. 1. Leitura bíblica 2. História da Doutrina do Pecado Original Retomando aula passada 2. 1. Leitura bíblica - AT: importância de Gn 2 -3: leitura etiológica, de caráter profético-sapiencial sobre a origem do mal e do pecado. - Não se estabelece, porém, explicitamente o nexo causal entre o primeiro pecado e a situação universal de pecado, embora se possa deduzi esta idéia a partir da noção da solidariedade entre Adão (um) e a humanidade (todos, universalidade). - Hoje: leituras simbólica e etiológica desse texto. - NT: Importância de Rm 5, 12 -21. - Na carta aos Romanos Paulo anuncia a salvação ou a justificação de todos pela fé em Jesus Cristo. Todos

necessitam desta salvação ou justificação porque todos são solidariamente marcados pelo pecado. - Como necessitam desta salvação ou justificação porque todos são solidariamente marcados pelo pecado. - Como entender esta universalidade do pecado? - Paulo apresenta primeiro o pecado dos judeus e dos pagãos (contexto anterior), cuja explicação primeira é dada pelo fato de que a hamartia habita em toda a humanidade (contexto posterior). - A hamartia não pertence, porém, à natureza humana, pois é histórica (“por um homem o pecado entrou no mundo”: Rm 5, 12. 19). - Cada homem está determinado pela ação de Adão, de quem é solidário. Causalidade um-todos na culpa como na graça. Esta, no entanto, não é comparável com aquela, como se pode ver no “muito mais” do v. 19. - Rm 5, 12: personificação do pecado e da morte. O termo eph’hô: duas traduções possíveis:

- Uma conjunção (porque, pelo fato que, em virtude de que, visto que, sob - Uma conjunção (porque, pelo fato que, em virtude de que, visto que, sob a condição de que), o que, segundo a TEB, é o mais correto; - Um relativo: cujo antecedente seria Adão (por causa do qual, em razão do qual, no qual), ou a morte (por causa da qual, em vista da qual). - Essas duas traduções implicam diferenças na interpretação, como vemos na teologia ocidental e oriental: - A teologia ocidental vê uma inclusão misteriosa de todos os homens no ato mesmo do pecado de Adão. A vulgata traduziu: “Adão, no qual todos os homens pecaram”. Nesse caso, Adão, pai da humanidade, teria transmitido a seus descendentes uma herança de morte. Todos os pecados da humanidade estariam de antemão contidos em sua revolta;

- A teologia oriental, alguns exegetas católicos e protestantes, pensam que Paulo visaria, sobretudo, - A teologia oriental, alguns exegetas católicos e protestantes, pensam que Paulo visaria, sobretudo, aos pecados pessoais cometidos por cada ser humano. É através deles que o poder do pecado, introduzido no mundo por Adão, produziu os seus efeitos de morte. -De qualquer forma, o texto supõe uma relação de solidariedade entre a transgressão de Adão e os pecados pessoais de cada ser humano. Para Paulo, Adão era ao mesmo tempo um indivíduo histórico e um personagem coletivo que inclui toda a humanidade. - As hesitações de tradução mostram que, apesar da possibilidade de se estabelecer um nexo causal entre o pecado de Adão e o da humanidade, o que se busca afirmar é a solidariedade de todos no pecado de Adão, solidariedade que aparece nas decisões responsáveis que tomamos. A doutrina do pecado original enquanto

tal não está ainda elaborada. Como veremos, é a prática sacramental da Igreja e tal não está ainda elaborada. Como veremos, é a prática sacramental da Igreja e a teologia que estabelecerão suas bases. 2. 2. História e teologia da doutrina do PO - Patrística grega: -O problema do pecado aparece no contexto da catequese batismal que, ao comentar o Símbolo diz: “por nós homens e por nossa salvação desceu dos céus e se encarnou”. - A partir daí: necessidade de estabelecer a relação de Cristo com nossa humanidade, figurada em Adão. Gn 2 -3 era utilizado para explicar a condição pecadora da humanidade necessitada da salvação em Cristo. - Entre os autores mais antigos, destaca-se Melitão de Sardes e suas homilias pascais, nas quais estabelece a relação entre a

natureza humana, que herdou de Adão a morte e a impureza, e a do natureza humana, que herdou de Adão a morte e a impureza, e a do Cristo, que trouxe a vida e a pureza. - Nessas homilias o autor diz que o sofrimento humano é fruto do pecado de Adão, e que a situação de Adão pecador é a de cada homem, que é assim conduzido pelo poder tirânico e pela perdição herdada daquele que foi o primeiro da série humana. -O pecado deixou sua marca em toda alma. Por isso o homem está sob o poder do mal e da morte, sendo dominado pela hamartia que entrou no mundo com Adão. Ele relaciona ainda o pecado de Adão com a sexualidade. - Apologetas: Também estabelecem a relação entre o pecado que afeta a humanidade e que é derivado de Adão, e a salvação trazida pelo Cristo.

- Justino: faz o paralelismo entre a desobediência de Eva e a obediência de - Justino: faz o paralelismo entre a desobediência de Eva e a obediência de Maria. - Teófilo de Antioquia: vê o pecado de Adão como algo próprio à humanidade em estado de infância. - Irineu: retoma esta idéia e a insere na categoria de recapitulação. Desde a soteriologia busca compreender o pecado das origens. Utiliza também a tipologia Adão/Cristo, Eva/Maria, mostrando como em Cristo a desobediência primeira foi vencida. Por seu pecado, o homem todo inteiro se corrompeu e se tornou pecador, mesmo se o primeiro iniciador do pecado tenha sido o tentador. O pecado de Adão é o pecado de uma autonomia revoltada, fundada sobre uma mentira. Ele contagiou toda a humanidade. É um pecado de criança situado no início da educação do homem à liberdade.

- Orígenes: a partir de uma antropologia que valoriza mais o elemento espiritual, vê - Orígenes: a partir de uma antropologia que valoriza mais o elemento espiritual, vê o pecado como fruto de um ato de liberdade das criaturas espirituais. Estas, ao se tornarem culpadas, foram punidas com os corpos. A situação carnal aparece depois do pecado, como o mostram as túnicas de pele das quais fala o Gênesis. Leva em conta o batismo das crianças, dizendo que até Jesus teve que ser purificado da mancha que contraiu ao encarnar-se. Traduz eph’hô de Rm 5, 12 como conjunção causal, embora veja também nos rins de Adão toda a humanidade, antecipando nisso Agostinho. -Cirilo de Jerusalém: apresenta a pecaminosidade universal no quadro de suas catequeses batismais, retomando o paralelismo Adão-Cristo. - João Crisóstomo: faz o paralelismo entre a árvore do

Éden e a do Calvário, uma tendo introduzido a morte no mundo, outra a Éden e a do Calvário, uma tendo introduzido a morte no mundo, outra a imortalidade, uma tendo expulsado do paraíso, outra a ele reconduzido, uma tendo condenado Adão, outra nos livrando do pecado. Vê eph’hô de Rm 5, 12 como conjunção causal. A solidariedade com Adão é a do castigo e da morte e não a do pecado propriamente dito. Não herdamos por isso o pecado, mas o cometemos ou não. Por isso, o batismo não serve só para a remissão dos pecados, mas conduz à justiça, à filiação, à fraternidade, à inabitação do Espírito. Para isso batizamos as crianças. -Teodoro de Mopsuestia: não admite um pecado originado em Adão. Os pecados que cometemos os cometemos à semelhança de Adão, cuja falta introduz na carne um elemento de fraqueza que afeta toda a humanidade e a descendência de Adão, inclinando-a ao

pecado. - Patrística latina: é a que propriamente elaborou a doutrina do pecado original. pecado. - Patrística latina: é a que propriamente elaborou a doutrina do pecado original. - Tertuliano: propõe a doutrina do traducianismo para compreender como o pecado das origens é transmitido. Segundo esta doutrina, a alma não é criada por Deus para cada ser humano, mas transmitida pelos pais aos filhos a partir da alma do primeiro homem. É o pai que, no ato de geração, transmite a alma ao filho. A alma é corporal, possui uma realidade substancial como uma espécie de corpo sutil. Está sob o poder da alma de Adão até que esteja sob o poder de Cristo. Jesus não herdou o pecado original porque foi gerado pela semente espiritual e não pela semente do homem. - Cipriano: estabelece uma relação entre batismo e

remissão dos pecados. As crianças não cometeram pecado, mas contraem, pelo nascimento, o vírus remissão dos pecados. As crianças não cometeram pecado, mas contraem, pelo nascimento, o vírus mortal do antigo contágio. - Ambrósio: à luz da teologia de Basílio e Gregório Nazianzeno diz que Adão somos nós mesmos. Seu pecado foi um pecado de orgulho, como também o nosso. O batismo o apaga. - Ambrosiaster: autor desconhecido, designado com este nome. Diz que o pecado original é transmitido através do corpo e da geração carnal. Balanço da tradição pré-agostiniana - Enquanto tal a doutrina do PO não era tema formal de ensino, sendo somente pressuposta no discurso sobre a salvação trazida pelo Cristo e pensada a partir do paralelismo Adão-Cristo, estendido a Eva-Maria.

-O pecado é visto sob o modo da objetividade de uma situação. Não se -O pecado é visto sob o modo da objetividade de uma situação. Não se fala da concupiscência como consciência pecadora do homem (subjetividade da situação do homem pecador). Gregos e latinos coincidem em dizer que o estado global da humanidade é o de uma morte, de uma condenação ou punição, de uma mancha ou corrupção, de um cativeiro. Este estado é ligado à solidariedade humana no pecado de Adão. Os esquemas desta solidariedade são porém confusos: contágio, herança, transmissão? - Agostinho: foi quem elaborou a teologia do pecado original tal qual o Ocidente a conhece. Ele o fez no decorrer da controvérsia com os pelagianos. Antes desta controvérsia, ele havia falado da condição pecadora da humanidade a partir do paralelismo Adão-Cristo, lido à luz de 1 Cor 15, 21 -22 e de Rm 5, 12 -19.

- Sua reflexão partia da solidariedade de todos em Adão e em sua mortalidade - Sua reflexão partia da solidariedade de todos em Adão e em sua mortalidade e da graça dada a todos em Cristo. - Vejamos como os principais momentos da crise que levou o bispo de Hipona a elaborar a doutrina do pecado original, assumida depois pelo Magistério. A crise pelagiana - Como vimos, foi Celestius, discípulo de Pelágio que desencadeou a controvérsia pelagiana. Ele afirmava: 1)Adão foi criado com uma natureza mortal. Sua mortalidade não era portanto o resultado do seu pecado; 2) Seu pecado não teve influência sobre o gênero humano: as crianças nascem então na condição em que estava Adão antes do pecado. A morte não é para ninguém a consequência do pecado de Adão;

3) Cada homem tem a possibilidade de não pecar, possibilidade que sempre existiu, porque 3) Cada homem tem a possibilidade de não pecar, possibilidade que sempre existiu, porque pode-se ganhar a vida eterna pela observância da lei como pela observância do evangelho; 4) Sempre houve homens que não pecaram ou sem pecado, como se pode ver nas Escrituras. - O sínodo de Cartago de 411 retomou esses ensinamentos e afirmou que todos os homens são marcados pelo pecado de Adão desde o nascimento, o que implica que todos têm necessidade de ser libertados pelo Cristo, mesmo as crianças. - O sínodo condenou Celestius, que não quis retratar-se e foi excomungado. Apelou para Roma, mas não compareceu diante do papa. Foi ordenado em Éfeso. -Agostinho não participou desta fase da controvérsia.

- Jerônimo se inquieta com a influência pelagiana no Oriente. - Um concílio reunido - Jerônimo se inquieta com a influência pelagiana no Oriente. - Um concílio reunido em Dióspolis, em 415, condena certos textos atribuídos a Pelágio e algumas proposições de Celestius censuradas em Cartago. Pelágio nega a paternidade desses textos e se desolidariza de Celestius, sendo reabilitado. - A sentença de Dióspolis foi vista como uma negação da de Cartago pelos bispos africanos. - Agostinho, tendo lido algumas obras de Pelágio, começa a denunciar certas fórmulas apresentadas por ele em Dióspolis. - Em 416, muitos bispos reunidos em Cartago e Milevo renovam a condenação contra Celestius e escrevem ao

papa Inocente I, submetendo-lhe os erros de Pelágio sobre a graça, o livre arbítrio papa Inocente I, submetendo-lhe os erros de Pelágio sobre a graça, o livre arbítrio e o destino das crianças não batizadas. - O papa confirma o ponto de vista dos bispos africanos e excomunga Pelágio. Este se retrata, mas o papa morre. - Seu sucessor, Zózimo, reconhece a ortodoxia de Pelágio e suspende a condenaçao de Inocente I. - A igreja da África reage e se reúne de novo em Cartago, promulgando nove cânones contra Pelágio e Celestius. -Numa circular, a Tractoria, o papa Zózimo, resume a história da controvérsia e retoma o essencial dos cânones de Cartago sobre a graça, o PO e a justificação pelo Cristo. Esse texto contém o essencial da doutrina

eclesial sobre o PO, a graça e o livre arbítrio. As principais teses de eclesial sobre o PO, a graça e o livre arbítrio. As principais teses de Pelágio - Deus é justo. Recompensa os justos e pune os culpados. Não pede nada de impossível e abusivo ao homem, a quem sua lei é acessível. Não existe pecado onde não existe ato de liberdade pessoal. Deus não pode admitir a transmissão de um PO e hereditário. Portanto, em sua relação com Deus, cada homem começa de novo, cada um é Adão por si mesmo; - O homem é livre e emancipado de Deus. Se o poder vem de Deus, o querer e o cumprir pertencem ao homem. Colocamos a capacidade na natureza, o querer no livre arbítrio e o ser na execução. Isso quer dizer que a liberdade histórica do homem é intacta. Ele pode fazer o bem e evitar o mal. Ele pode não pecar.

Pretender o contrário é considerar o pecado uma substância, como o fazem os maniqueus. Pretender o contrário é considerar o pecado uma substância, como o fazem os maniqueus. O AT dá exemplos de homens perfeitamente justos. Isso se pode ver também na história humana; -O batismo pode ser dado às crianças, mas não para a remissão dos pecados e sim para consagrá-las a Cristo. Não existe portanto pecado herdado de Adão, mas somente a inclinação ao pecado. O batismo só perdoa os pecados pessoais dos adultos. A doutrina agostiniana do pecado original - Se o Cristo veio para salvar todos os homens é porque todos pecaram (Sobre pena e a remissão dos pecados: 411 -412). Agostinho combate a tese da impecância; - Não devemos louvar a criatura de tal maneira que nos encontremos obrigados ou absolutamente convencidos

e reduzidos a confessar que o salvador é inútil (Sobre a natureza e a e reduzidos a confessar que o salvador é inútil (Sobre a natureza e a graça: 415). Concepção antropológica da natureza pervertida (viciada) é explicitada; - Adão e Cristo: dois troncos da humanidade, o pecador e o justo (A graça de Cristo e o pecado original: 418). Agostinho corrige aqui a tese de Pelágio que fala da possibilidade, do querer e do ser justo, dizendo que “se Pelágio admite que o que é ajudado por Deus não é somente a capacidade do homem mas também a vontade e ação elas mesmas. . . Então não restará mais litígio entre eles no tocante à ajuda assegurada pela graça de Deus”. Para os pelagianos, o PO não era algo que se propagava, mas a imitação de um mau exemplo. O bispo de Hipona tem uma visão mais pessimista da natureza humana. Para ele é o casamento que transmite a natureza, que é um bem, pois é obra do Criador, e o

e o vício da natureza, que é um mal, e que necessita da obra e o vício da natureza, que é um mal, e que necessita da obra do Salvador. - Como se percebe, há um deslocamento na compreensão da solidariedade humana no pecado de Adão: do plano teológico (patrística grega: simbólica) ao plano antropológico (patrística latina: etiológica). -Importância da crise pelagiana para se entender esse processo. Estão em jogo nesta crise duas concepções antropológicas da natureza humana: 1) Uma mais otimista, a de Pelágio, que dizia que o pecado original não era algo que se propagava, mas somente a imitação de um mau exemplo. Não existe pecado de Adão, mas só a inclinação ao pecado. A noção de pecado leva ao

conceito de responsabilidade voluntária e não pode ser aplicada ao mundo da infância. A conceito de responsabilidade voluntária e não pode ser aplicada ao mundo da infância. A inclinação ao pecado foi introduzida em todos os homens pelo mau exemplo dado pelo primeiro Adão; 2) Uma mais pessimista, a de Agostinho, que diz que se Cristo veio salvar todos os homens, isso quer dizer que todos pecaram, mesmo as crianças. Daí a necessidade de batizá-las para a remissão dos pecados. É na geração que se transmite a natureza, que é um bem, pois é obra do Criador, e o vício da natureza, que é um mal, e necessita da obra do Salvador. Com isso é salvaguardada a necessidade absoluta da graça. - Os textos da Bíblia utilizados por Agostinho para pensar o PO são lidos a partir dos seguintes

pressupostos: - Paralelismo antitético entre Adão e Cristo e solidariedade entre os que nascem pressupostos: - Paralelismo antitético entre Adão e Cristo e solidariedade entre os que nascem de Adão e os que são regenerados pelo Cristo; - Leitura de Rm 5, 12 segundo a qual o pecado (e não a morte) passou a todos os homens a partir da transgressão de Adão. Declarações de Cartago sobre o PC 1) A morte física é uma condenação ligada ao pecado de Adão; 2) O batismo das crianças é para a remissão dos pecados, pois em Adão todos pecaram, afirmando assim pela primeira vez a existência do PO; 3) A inexistência de um estado intermediário entre o céu e a terra onde iriam as crianças não batizadas.

Cân. 1. “Foi decidido por todos os bispos reunidos no santo Sínodo da Igreja Cân. 1. “Foi decidido por todos os bispos reunidos no santo Sínodo da Igreja de Cartago: Quem disser que Adão, o primeiro homem, criado mortal de modo que, pecasse ou não pecasse, teria corporalmente morrido, isto é, teria deixado o corpo não por causa do pecado, mas por necessidade natural, seja anátema”; Cân. 2. “Igualmente foi decidido: Quem negar que se devam batizar as crianças recém nascidas, ou diz que são batizadas para remissão dos pecados, mas nada trazem do pecado original de Adão, que o banho da regeneração deveria expiar – de onde segue que no caso delas a forma do batismo “para remissão dos pecados” é compreendida não como verdadeira, mas como falsa seja anátema. De fato, não se pode compreender de outro modo o que diz

o Apóstolo: “Por um só homem entrou o pecado no mundo (e pelo pecado o Apóstolo: “Por um só homem entrou o pecado no mundo (e pelo pecado a morte), e assim passou a todos os homens; nele todos pecaram” [cf. Rm 5, 12], no sentido no qual a Igreja católica, difundida por toda parte, sempre o tem entendido. Por causa desta regra da fé, também as crianças, que por si mesmas ainda não puderam cometer nada de pecaminoso, todavia são verdadeiramente batizadas para remissão dos pecados, para que pela regeneração venha a ser purificado nelas o que contraíram quando foram geradas”. Cân. 3. “Igualmente foi decidido: Quem afirmar que o Senhor disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” [Jo 14, 2] para se entender que no Reino dos Céus haverá algum lugar no meio ou qualquer outro lugar onde possam viver felizes as crianças

que deixaram esta vida sem o batismo, sem o qual não podem entrar no que deixaram esta vida sem o batismo, sem o qual não podem entrar no Reino dos Céus que é a vida eterna, seja anátema. De fato, já que o Senhor diz: “Quem não renascer pela água e pelo Espírito Santo não entrará no reino dos céus” [Jo 3, 5], qual católico pode duvidar que será partícipe do diabo aquele que não mereceu ser co-herdeiro de Cristo? Pois quem faltar no lado direito, sem dúvida acabará no esquerdo”. -A Tractoria, do papa Zózimo, ratifica Cartago afirmando que: 1) a morte de Adão foi transmitida à humanidade por propagação, expressão que substitui o termo PO do cânon de Cartago; 2) toda criança vem ao mundo ligada ao pecado de Adão. Não fala formalmente de pecado mas de morte contraída por propagação.

“Fiel é o Senhor nas suas palavras [Sl 145, 13], e o seu batismo “Fiel é o Senhor nas suas palavras [Sl 145, 13], e o seu batismo contém, na realidade e nas palavras, isto é, na ação, na profissão de fé e na verdadeira remissão dos pecados a mesma plenitude para cada sexo, idade e condição do gênero humano. De fato, ninguém pode ficar livre senão quem é escravo do pecado, nem pode ser chamado redimido senão aquele que, verdadeiramente, pelo pecado, antes era prisioneiro, como está escrito: “Se o Filho vos tiver libertado, sereis verdadeiramente livres” [Jo 8, 36]. Por ele, de fato, renascemos espiritualmente, por ele somos crucificados para o mundo. Através da sua morte é destruído o título de dívida da morte [cf. Cl 2, 14] introduzida por Adão para nós todos e transmitida a cada vivente – contraído com a propagação e do qual nenhum dos nascidos está absolutamente livre antes de ser livrado

pelo batismo”. - Diferenças entre Cartago e a Tractoria: - Cartago fala de geração pelo batismo”. - Diferenças entre Cartago e a Tractoria: - Cartago fala de geração e a Tractoria fala de propagação; - Cartago fala de morte física e a Tractoria de morte. - O que é comum aos dois documentos: a tradução de Rm 5, 12 segundo a Vetus latina. Pecado original e concupiscência - Após a crise pelagiana, Agostinho continuou sua reflexão sobre o pecado original, mostrando suas conseqüências na natureza humana: - Pelo pecado o homem perdeu um aspecto vital de sua relação com Deus (a graça). Essa perda é acompanhada de uma desordem na sua natureza que se manifesta especialmente na concupiscência.

- Ele faz a experiência de que o pecado o transformou. Ele está ferido. - Ele faz a experiência de que o pecado o transformou. Ele está ferido. - O castigo do pecado não é uma punição arbitrária de Deus, mas o fruto intrínseco do pecado. Esse castigo é ainda pecado e leva ao pecado; - Doravante o homem é escravo diante do criado e do finito; - Partindo da tríplice concupiscência de 1 Jo 2, 16 (carne, olhos, riqueza), Agostinho dá mais importância à primeira, identificando-a com a libido. A sexualidade é para ele o lugar onde o homem faz a experiência de uma perda do domínio de si (e de sua liberdade); - Contra Juliano de Eclana, que via a concupiscência como um bem querido por Deus para a reprodução da espécie, Agostinho diz que não se pode usar bem um mal. A Igreja nunca ratificou tal doutrina.

- A concupiscência é o sinal manifesto e eficaz do pecado original; - O - A concupiscência é o sinal manifesto e eficaz do pecado original; - O PO coloca a humanidade numa situação paradoxal: ela é ao mesmo tempo vítima e cúmplice do mal do qual ela é atingida; - Agostinho fala da natureza transmitida por Adão como viciada; - O movimento de concupiscência que acompanha todo ato de geração transmite então o pecado original dos pais aos filhos, o que explica por que os pais batizados engendram filhos submetidos ao pecado. Trata-se de um receber de Adão que transmite pela geração carnal, à maneira de uma doença contagiosa. Intervenções conciliares posteriores a Agostinho - A crise pelagiana levou Agostinho a elaborar dois

tipos de reflexão: 1) a que estabelece o laço entre a humanidade e Adão tipos de reflexão: 1) a que estabelece o laço entre a humanidade e Adão (PO); 2) a que busca pensar a questão da graça, sua relação com o livre arbítrio e o problema da predestinação. -O magistério vai assumir a teologia agostiniana que vê um nexo negativo entre Adão e a humanidade, dizendo que ao vir ao mundo todo ser humano nasce com uma herança problemática. Para expressar isso usa a linguagem do laço original que se transmite de pais para os filhos, provocando a morte no corpo e na alma. A natureza não é transmitida em seu estado de origem pois ela foi mudada para pior. - É preciso, porém, um discernimento na recepção das teses agostinianas:

- Adão não é o único pecador e nem representa a totalidade da humanidade - Adão não é o único pecador e nem representa a totalidade da humanidade (retomar Paulo sem os exageros de Agostinho); - Doutrina da concupiscência comporta um exagero. Erra ao identificar a libido com a concupiscência enquanto tal e ao identificar o exercício do casamento e a geração dos filhos com o pecado; -Mérito de Agostinho: acentuar a solidariedade da humanidade no pecado e isso desde o nascimento. Concílio de Orange - Reuniu-se em 529, sob a iniciativa de Cesário de Arles, contra neo-pelagianismo na Gália. - Propõe alguns cânones sob a inspiração da teologia agostiniana, que afirmam: 1) o conceito de “natureza viciada” (DS 271);

2) as consequências do pecado de Adão sobre a humanidade (DS 372); 3) Rm 2) as consequências do pecado de Adão sobre a humanidade (DS 372); 3) Rm 5, 12: Adão “in quo” todos pecaram; 4) é transmitido à humanidade o pecado de Adão e não a morte. - Os demais cânones tratam da relação entre graça e livre arbítrio (373 -397). - Concílio confirmado por Bonifácio II, em 531, tendo sido decisivo no concílio de Trento. -Três elementos são adquiridos como fazendo parte do dogma do PO: -1) sua natureza; -2) o modo de sua aquisição (transmissão desde Adão); -3) suas consequências.

Cânones do concílio de Orange - Cân. 1. “Se alguém diz que o homem, Cânones do concílio de Orange - Cân. 1. “Se alguém diz que o homem, pela deterioração que vem da prevaricação de Adão, não foi “mudado para pior” inteiramente, isto é, segundo corpo e alma, mas crê que somente o corpo sujeito à corrupção, permanecendo ilesa a liberdade da alma, ele se opõe, enganado pelo erro de Pelágio, à Escritura que diz: “A alma que tiver pecado, ela mesmo morrerá” [Ez 18, 20]; e: “Não sabeis que, oferecendo-vos como escravos para obedecer a alguém, sois escravos daquele a quem obedeceis? ” [Rm 6, 16]; e: “Por quem alguém é vencido, a ele é entregue também como escravo” [cf. 2 Pd 2, 19]. - Cân. 2. Se alguém afirma que a prevaricação de Adão prejudicou somente a ele e não também à sua descendência, ou que decerto passou a todo o gênero

humano só a morte do corpo, que é o castigo do pecado, não porém humano só a morte do corpo, que é o castigo do pecado, não porém o pecado, que é a morte da alma, atribui a Deus uma injustiça, contradizendo o Apóstolo, que diz: “Por um só homem o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte, e assim ela [a morte] passou a todos os homens, já que nele todos pecaram” [Rm 5, 12]. A doutrina do PO na Idade Média -Na Idade Média a questão do PO não foi objeto de declarações dogmáticas. A teologia escolástica foi marcada por Agostinho, cujo pensamento constitui o quadro geral dos pensadores medievais. - Os escolásticos buscaram esclarecer a posição agostiniana frente à natureza humana mudada para um estado pior e dar conta da transmissão do PO e da solidariedade da humanidade em Adão.

- Eles deram, porém, mais espaço ao paraíso: situação pré-lapsária de Adão, sua responsabilidade - Eles deram, porém, mais espaço ao paraíso: situação pré-lapsária de Adão, sua responsabilidade no pecado, os dons preternaturais; -Duas tradições vão se afirmar no tocante ao PO: 1) a de Anselmo: sentido agudo do pecado como ofensa à honra divina; PO como ausência e privação da justiça original em todo homem que nasce; esta ausência é uma culpabilidade, um dado de fé que ultrapassa a experiência; a justiça devida é a que pertencia ao homem que saiu das mãos criadoras de Deus (dá nascimento à teoria da satisfação); em Adão, todos pecamos quando ele pecou, não porque teríamos pecado, pois não existíamos ainda, mas porque íamos pecar a partir dele e que então foi feita esta necessidade de pecar quando existiríamos, porque pela desobediência de um só a multidão foi

constituída pecadora. 2) a de Tomás de Aquino: reflete a partir do que diz constituída pecadora. 2) a de Tomás de Aquino: reflete a partir do que diz a fé da Igreja. Segundo ele, o primeiro pecado do homem passa à posteridade por via de origem. É por isso que as crianças são batizadas. - A transmissão do PO não tem relação com a desordem da concupiscência que afeta o ato de geração. Isso quer dizer que ele provém do fato de pertencermos à descendência de Adão. O PO só é o pecado de tal pessoa em particular na medida em que ela recebe sua natureza do primeiro pai, sendo por isso chamado pecado da natureza. - O pecado voluntário da pessoa de Adão se tornou então um pecado da natureza para a humanidade. Por sua vez, a natureza viciada que recebemos se torna a fonte de nossos pecados pessoais. O Cristo

repara primeiro o que pertence à pessoa, depois, mais tarde e em todos ao repara primeiro o que pertence à pessoa, depois, mais tarde e em todos ao mesmo tempo, o que pertence à natureza. O PO no tempo da Reforma -Contexto teológico: - Renovação do agostinismo (1500: edição das obras completas de Agostinho; importância da “via agostiniana”, que identificava o PO com a concupiscência); - Três tendências na escolástica de então : via antiga (aprofunda o diálogo com Aristóteles); Devotio moderna (punha o acento na experiência religiosa); via moderna (negava a distinção entre mística e teologia, criticava o uso de Aristóteles na teologia, propunha a necessidade da graça sanante

e identificava o PO com a concupiscência carnal); - Lutero: -Rejeita a definição que e identificava o PO com a concupiscência carnal); - Lutero: -Rejeita a definição que a escolástica fazia do PO (privação da justiça original), por seu traço ontológico, e propõe uma existencial: o homem se descobre habitado por uma desordem interior radical, que destrói seu equilíbrio e o orienta espontaneamente para o mal. Isso o habita sempre, mesmo depois do batismo. O PO é a concupiscência, fonte da cobiça, lei da carne, fraqueza da natureza, doença original. - Por misericórdia, Deus não nos imputa nossa injustiça. - O batismo não apaga o PO enquanto concupiscência. Só nos liberta da imputação do PO, que permanece sempre no homem (“a concupiscência da carne é redimida no batismo, não de maneira a não mais

existir, mas de maneira a não mais ser imputada como pecado”). - Debate entre existir, mas de maneira a não mais ser imputada como pecado”). - Debate entre católicos e reformadores: - Distinção entre elemento formal (perda da justiça original) e elemento material (concupiscência). - Os católicos: afirmam o elemento formal e dizem que a concupiscência permanece como pena ou consequência do pecado. O batismo perdoa o PO e estabelece na amizade com Deus. - Os reformadores: afirmam o elemento material: a concupiscência e a desordem das operações permanecem depois do batismo, mas o pecado não é imputado. Com a concupiscência permanece a realidade concreta do PO. A natureza humana permanece radicalmente corrompida.

- Quinta sessão do concílio de Trento (1546): -Presença de teólogos marcados pela escolástica - Quinta sessão do concílio de Trento (1546): -Presença de teólogos marcados pela escolástica e pelo agostinismo; - Não definiu o PO mas buscou o apoio das decisões dos concílios de Cartago e Orange; - Os debates giraram ao redor da existência, da propagação e das consequências do PO, além do valor do batismo como meio de remissão do PO e da concupiscência. - O concílio tomou duas decisões com relação ao PO: 1) não deu aos sinais externos, no caso à concupiscência, o valor de uma certeza da consciência, como se pode fazer para a experiência submetida à verificação; 2) não identificou o PO com a concupiscência, não

considerando o homem totalmente corrompido como o queriam os reformadores. -Gênero literário: cânones doutrinários considerando o homem totalmente corrompido como o queriam os reformadores. -Gênero literário: cânones doutrinários com amplo alcance, glosados de um comentário ou citação da Escritura. Seis cânones: - Cânon 1: “Se alguém não admite que o primeiro homem Adão, tendo transgredido no paraíso a ordem de Deus, perdeu imediatamente a santidade e a justiça nas quais tinha sido constituído, e que, por este pecado de prevaricação, incorreu na ira e na indignação de Deus, e por isto na morte com que Deus lhe havia ameaçado anteriormente e, com a morte, na escravidão sob o poder daquele “que” depois “teve o domínio da morte” [Hb 2, 14] , isto é, o diabo; e que o Adão inteiro por aquele pecado de prevaricação mudou para pior, tanto no corpo como

como na alma [cf. *371]: seja anátema”. -Retomada mais desenvolvida do primeiro cânon de como na alma [cf. *371]: seja anátema”. -Retomada mais desenvolvida do primeiro cânon de Orange: efeitos do primeiro pecado sobre Adão ele mesmo (elemento formal); evoca a cólera divina (elemento formal), a morte e a servidão (elemento material); cita Orange, que usava uma expressão de Agostinho: “pela ofensa”. - Cânon 2: « Se alguém afirmar que “a prevaricação de Adão prejudicou a ele só e não à sua descendência”; que perdeu somente para si e não também para nós, a santidade e a justiça recebidas de Deus; ou que, manchado pelo pecado de desobediência, ele transmitiu a todo o gênero humano “só a morte” e as penas “do corpo, e não também o pecado, que é a morte da alma”: seja anátema; “pois contradiz o Apóstolo, que afirma: ‘Por causa de um só

homem o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte, assim também homem o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, e nele todos pecaram’ [Rm 5, 12]”. -Afirmação anti-pelagiana: o PO comporta a perda da justiça e da santidade: elemento formal; a prevaricação de Adão leva à morte do corpo e da alma. Rm 5, 12 segundo a versão latina (in quo), mas à diferença de Orange, diz que foi a morte que passou a todos os homens). - Cânon 3: “Se alguém afirmar que este pecado de Adão, que é um só quanto à origem e a todos transmitido por propagação, não por imitação, pertence a cada um como próprio, pode ser tirado com as forças da natureza humana ou com outro remédio, que não os méritos do único mediador, nosso Senhor, Jesus Cristo, que nos reconciliou com

Deus no seu sangue [cf. Rm 5, 9 s], tornado por nós justiça, santificação Deus no seu sangue [cf. Rm 5, 9 s], tornado por nós justiça, santificação e redenção [1 Cor 1, 30]; ou nega que este mérito de Jesus Cristo é aplicado tanto aos adultos como às crianças, mediante o sacramento do batismo devidamente administrado segundo a maneira da Igreja: seja anátema. Porque “não há outro nome dado aos homens debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos” [At 4, 12]. Daí esta palavra: “Eis o cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo” [Jo 1, 29], e a outra: “Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gl 3, 27). - Afirmação da unicidade do PO quanto à sua origem, mas de sua multiplicação universal; retomada da Tractoria que diz propagação e não imitação (não o termo geração de Cartago). A menção das “forças da

natureza humana” visa Pelágio e os pelagianos humanistas. Termina com textos da Escritura. -Cânon natureza humana” visa Pelágio e os pelagianos humanistas. Termina com textos da Escritura. -Cânon 4: “Se alguém nega que as crianças devam ser batizadas recém saídas do útero materno”, mesmo se nascidas de genitores batizados, “ou então sustenta que são batizados para a remissão dos pecados, mas que não herdam de Adão nada do pecado original que seja necessário purificar com o banho da regeneração” para conseguir a vida eterna; “e, em conseqüência, para elas a forma do batismo para a remissão dos pecados não deve ser considerada verdadeira, mas falsa: seja anátema”. - De fato, aquilo que diz o Apóstolo: ‘Por causa de um só homem o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, e nele todos pecaram’ [Rm 5, 12]”

não deve ser entendido em outro sentido que não o sentido em que a não deve ser entendido em outro sentido que não o sentido em que a Igreja católica, difundida por toda a parte, sempre o entendeu. Por esta norma de fé, segundo a tradição apostólica, “também as crianças que ainda não puderam cometer por si pecado algum, são verdadeiramente batizadas para a remissão dos pecados, para que nelas seja purificado por regeneração o que contraíram por geração”. “Pois se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” [Jo 3, 5]. -Este cânon guarda a marca anti-pelagiana, mas insiste no rito batismal enquanto tal, visando os anabatistas e os que davam primazia à fé na justificação. - Cânon 5: “Se alguém negar que pela graça de Jesus Cristo, nosso Senhor, conferida no batismo, é tirada a

 • condição de réu <proveniente> do pecado original, ou se sustentar que não • condição de réu do pecado original, ou se sustentar que não é tirado tudo o que tem verdadeiro e próprio caráter de pecado, mas apenas rasurado ou não imputado: seja anátema. Pois naqueles que renasceram, Deus não encontra nada para odiar, porque não há nenhuma condenação [Rm 8, 1] para aqueles que “mediante o batismo foram verdadeiramente sepultados com Cristo na morte” [Rm 6, 4], os quais “não caminham segundo a carne” [Rm 8, 1], mas despojados do homem velho e revestidos do novo, criado segundo Deus [Ef 4 22, 24; Col 3, 9 s] se tornaram inocentes, imaculados, puros, sem mancha, filhos diletos de Deus, “herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” [Rm 8, 17]; de modo que absolutamente nada os impede de entrar no céu. Este santo Sínodo professa e retém contudo que nos batizados permanece a concupiscência ou o

combustível; mas, sendo esta deixada para o combate, não pode prejudicar os que não combustível; mas, sendo esta deixada para o combate, não pode prejudicar os que não lhe dão consentimento e que a ela opõem virilmente resistência com a graça de Jesus Cristo. Antes, “não recebe a coroa senão quem tiver lutado segundo as regras” [2 Tm 2, 5]. Esta concupiscência, que algumas vezes o Apóstolo chama “pecado” [cf. Rm 6, 12 -15; 7, 7. 14 -20], a Igreja católica nunca entendeu – assim declara o santo Sínodo – que seja chamada “pecado” no sentido de, nos regenerados, ser verdadeira e propriamente pecado, mas porque tem origem no pecado e inclina ao pecado. Se alguém opinar o contrário: seja anátema”. - Pelo batismo a culpabilidade (elemento formal do PO) é remida (rejeição da fórmula luterana da

simples imputação); - O PO não se reduz à concupiscência (prova pelas Escrituras); - simples imputação); - O PO não se reduz à concupiscência (prova pelas Escrituras); - A concupiscência permanece no batizado para o combate espiritual (como elemento material). Não tem mais o caráter de um pecado; -O concílio não se pronuncia sobre a relação do PO e da concupiscência antes do batismo; - Discute o termo “pecado” aplicado por Paulo à concupiscência. Esse termo é chamado pecado porque nasce do pecado e inclina ao pecado. Nos regenerados a concupiscência pode levar ao pecado mas não é o PO. Cânon 6: “Este santo Sínodo declara, contudo, que não é sua intenção incluir neste decreto, no qual o assunto é o pecado original, a bem-aventurada e

imaculada virgem Maria, Genitora de Deus, mas que se devem observar sobre este ponto imaculada virgem Maria, Genitora de Deus, mas que se devem observar sobre este ponto as constituições do Papa Sixto IV, de feliz memória, sob pena das sanções nelas previstas e que o Concílio renova”. -O cânon exclui Maria do grupo dos que nascem marcados pelo PO. Balanço da doutrina de Trento: -O concílio segue o quadro tradicional (Cartago e Orange), que haviam veiculado no Ocidente a doutrina agostiniana do PO; - Por um lado, afirma o laço negativo que une toda a humanidade pelo nascimento e que não é somente da ordem de uma penalidade limitada ao corpo, mas que atinge também a alma (pecado); - Por outro lado, mostra que este nascimento de toda criatura humana numa situação negativa enconra sua

saída positiva na mediação de Jesus Cristo, comunicada pelo sacramento do batismo; -O PO saída positiva na mediação de Jesus Cristo, comunicada pelo sacramento do batismo; -O PO é retirado realmente e não somente “rasurado” ou “não imputado” como se, identificado com a concupiscência, reaparecesse cada vez que emerge no homem a desordem de seu desejo; - Como Orange, exclui Maria do grupo dos que têm o PO; - Liga a concupiscência ao PO, do qual é originada, mas exclui toda identificação entre os dois conceitos; - Não entra na interpretação a questão da natureza da concupiscência; - Na verdade se ocupou pouco do pecado das origens, tendo falado dele no quadro das representações da época com o único objetivo de restabelecer um princípio de explicação do pecado

originado; -O texto conciliar supõe a historicidade dos textos do Gênesis. De Trento a originado; -O texto conciliar supõe a historicidade dos textos do Gênesis. De Trento a nossos dias - Depois de Trento não houve mais decisões doutrinárias particulares sobre o PO, só algumas intervenções a respeito das teses de Baio, Jansênius e o jansenismo (que identificavam o PO com a concupiscência) -Baio - Grande conhecedor de Agostinho. Identifica o PO com a concupiscência, que é culpável ela mesma, permanece mortal nos batizados aos quais domina. - Bula Ex omnibus afflictionibus, de Pio V, 1567, condenou como ofensivas para os fiéis as seguintes

-afirmações: “o livre arbítrio, sem a graça de Deus, só faz pecar”; “os maus -afirmações: “o livre arbítrio, sem a graça de Deus, só faz pecar”; “os maus desejos sexuais aos quais a razão não consente, são interditos pelo preceito: ‘tu não terás maus desejos’ (Ex 20)”; “a concupiscência é a verdadeira desobediência da lei”; “nos batizados caídos em pecado mortal, a concupiscência que domina agora neles é um pecado, como os outros hábitos maus”; “o voluntário não pertence à essência nem à definição do pecado. Saber se todo pecado deve ser voluntário não é uma questão de definição, mas uma questão de causa e de origem. Por isso o PO tem verdadeiramente caráter de pecado sem relação ou referência à vontade, donde ele tem sua origem”. • Jansênius (1585 -1638) - Redator do Augustinus. Com Saint-Cyran é um dos

fundadores do jansenismo. -A equação entre concupiscência e PO foi expressa por ele da fundadores do jansenismo. -A equação entre concupiscência e PO foi expressa por ele da seguinte forma: “santo Agostinho sempre ensinou como sendo sua descoberta que o PO é a concupiscência”. - Esta tese depende da tese principal de Agostinho: a da natureza viciada. Jansênius confunde o pecado com a corrupção, o primeiro pertencendo à ordem moral da graça e da liberdade, e a segunda à ordem da realidade física, corporal e natural. -Radicaliza a noção de concupiscência e a relação entre natureza viciada e pecado, em razão de sua concepção da necessidade da graça. - Coloca o acento sobre as consequências do PO, enquanto Agostinho enfatizava a questão do PO enquanto tal.

 - Para ele, a “delectatio” da concupiscência era invencível. Dela a vontade humana - Para ele, a “delectatio” da concupiscência era invencível. Dela a vontade humana não pode ser libertada nem por seu próprio poder nem pelo poder de um homem ou de um anjo, mas somente pela graça de Deus. - Suas teses foram condenadas (DS 2001 -2007; 2010 -2012; 2020; 2390; 2400 -2502). O PO dianteda razãomoderna - Teses de Rosmini: - Diferença entre pecado e falta. O pecado é todo desvio moral; a falta é um desvio livremente contraído. No indivíduo pode haver pecado sem falta, como no caso do PO. Rosmini foi submetido ao silêncio por Gregório XVI e sua tese colocada no index (DS 3154 -3155).

Poligenismo x monogenismo: -Com o surgimento da exegese histórico-crítica, da teoria da evolução e Poligenismo x monogenismo: -Com o surgimento da exegese histórico-crítica, da teoria da evolução e das teorias da antropologia cultural, o literalismo das leituras de Gn 2 -3 foi posto em questão com a oposição entre poligenismo e monogenismo. A Humani generis, de Pio XII (1950), contesta algumas conclusões das novas leituras como sendo contrárias à doutrina do PO (DS 3897). - O PO, diz a HG, tem sua origem num pecado verdadeiramente pessoal cometido por um só Adão e que, expandido em todos por geração, se encontra em cada um e lhe pertence. O texto papal deixa, porém, em aberto a possibilidade de se pensar o PO desde a perspectiva poligenista. -Simpósio sobre o PO (1966) - Em sua intervenção, Paulo VI recorda o que diz o

Vat. II disse sobre o assunto: “o Pai eterno decidiu elevar os homens à Vat. II disse sobre o assunto: “o Pai eterno decidiu elevar os homens à participação na vida divina e, depois que eles caíram em Adão, ele não os abandonou” (LG 2); “constituído por Deus em estado de justiça, o homem contudo, instigado pelo Maligno, desde o início da história abusou de sua liberdade. Levantou-se contra Deus desejando atingir seu fim fora dele. Apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus. O seu coração insensato se obscureceu e eles serviram à criatura ao invés do Criador. Isto, que nos é conhecido pela Revelação divina, concorda com a própria experiência. Pois o homem, olhando o seu coração, descobre-se também inclinado para o mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir do seu Criador que é bom” (GS 13).

Credo de Paulo VI (1968) - “Cremos que em Adão todos pecaram, o que Credo de Paulo VI (1968) - “Cremos que em Adão todos pecaram, o que significa que a falta original cometida por ele fez cair a natureza humana, comum a todos os homens, num estado onde ela carrega as consequências desta falta e que não é o estado no qual ela se encontrava nos primeiros pais, constituídos na santidade e na justiça, e onde o homem não conhecia nem o mal nem a morte. É a natureza humana que assim caiu, despojada da graça que a revestia, ferida nas suas próprias forças naturais e submetida ao império da morte, que é transmitida a todos os homens e é neste sentido que cada homem nasce no pecado. Afirmamos com o concílio de Trento que o PO é transmitido com a natureza humana, não por imitação mas por propagação, e que ele é assim próprio a cada um” -

- Catecismo da Igreja católica (1992), n. 385 -421: -Deus é infinitamente bom e - Catecismo da Igreja católica (1992), n. 385 -421: -Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas. Todavia, ninguém escapa à experiência do sofrimento, dos males existentes na natureza (ligados às limitações próprias das criaturas, e, sobretudo, à questão do mal moral. Donde vem o mal? . . . A revelação do amor divino em Cristo manifestou ao mesmo tempo a extensão do mal e a superabundância da graça; - O pecado está presente na história do homem. . . Para tentarmos compreender o que é o pecado, é preciso antes de tudo reconhecer a ligação profunda do homem com Deus, pois fora desta relação o mal do pecado não é desmascarado na sua verdadeira identidade de recusa e de oposição face a Deus. . - A realidade do pecado, e mais particularmente do

pecado das origens, só se entende à luz da revelação. . . - É pecado das origens, só se entende à luz da revelação. . . - É preciso conhecer a Cristo como fonte de graça para conhecer Adão como fonte de Pecado. - A doutrina do PO é por assim dizer “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo. - O relato sobre a queda utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem. A revelação nos dá a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo PO cometido livremente pelos nossos pais. - Por detrás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora, que se opõe a

a Deus, e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Deus, e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo (juntamente com os outros demônios foram criados bons em sua natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa). . . A Escritura fala de um pecado desses anjos. Essa “queda” consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e o seu Reino. . . É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. . A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama de “o homicida desde o princípio” (Jo 8, 44). . . A mais grave dessas obras, devido às suas consequências, foi a sedução mentirosa que induziu o homem a desobedecer a Deus. . . Contudo, o poder de Satanás

não é infinito. . . A permissão divina da atividade diabólica é um grande não é infinito. . . A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8, 28). -Deus criou o homem à sua imagem e o constituiu na sua amizade. Criatura espiritual, o homem só pode viver esta amizade como livre submissão a Deus. É o que exprime a proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. . - Tentado pelo Diabo, o homem deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade. . . Neste pecado, o

O homem preferiu-se a si mesmo a Deus. - A Escritura mostra as consequências O homem preferiu-se a si mesmo a Deus. - A Escritura mostra as consequências dramáticas desta primeira desobediência. Adão e Eva perde de imediato a graça da santidade original. Têm medo deste deus do qual fizeram uma imagem falsa, a de um Deus enciumado de suas prerrogativas. A harmonia na qual estavam. . . Foi destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida a tensões; suas relações são marcadas pela cupidez e pela dominação. . . Por causa do homem, a criação está submetida à “servidão da corrupção” (Rm 8, 20). . . A morte entra na história da humanidade. . . A partir do primeiro pecado, uma verdadeira “invasão” do pecado inunda o mundo (Caim mata Abel, a corrupção universal, na história de Israel, a infidelidade e a transgressão da Lei, e entre

os cristão de muitas maneiras). - Todos os homens estão implicados no pecado de os cristão de muitas maneiras). - Todos os homens estão implicados no pecado de Adão (Rm 5, 19. 12). . . De que maneira o pecado de Adão se tornou o pecado de todos os seus descendentes? O gênero humano inteiro é em Adão “sicut unum corpus unius hominis” – como um só corpo de um só homem (S. Tomás Aquino). Em virtude desta unidade do gênero humano todos os homens estão implicados no pecado de Adão, como todos estão implicados na justiça de Cristo. Contudo, a transmissão do PO é um mistério que não somos capazes de compreender plenamente. . . É um pecado que será transmitido por propagação à humanidade inteira, isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada da santidade e da justiça originais. E é por isso que o PO é denominado “pecado” de maneira analógica: é um pecado “contraído” e não

“cometido”, um estado e não um ato. -Embora próprio de cada um, o PO “cometido”, um estado e não um ato. -Embora próprio de cada um, o PO não tem, em nenhum descendente de Adão, um caráter de falta pessoal. É a privação da santidade e da justiça originais, mas a natureza humana não é totalmente corrompida: ela é lesada nas suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado (esta propensão ao mal é chamada “concupiscência”). O batismo. . Apaga o PO e torna a voltar o homem para Deus, porém as consequências de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual. - Depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Ao contrário, Deus o chama e lhe anuncia de

modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda. . . modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda. . . A Tradição cristã vê no “proto-evangelho” o anúncio do novo Adão, o qual, pela sua “obediência até à morte de cruz” (Fl 2, 8), repara com superabundância a desobediência de Adão. . . - Por que Deus não impediu o primeiro homem de pecar? . . . Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem maior. Donde a palavra de são Paulo: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20). E o canto do Exultet: “Ó feliz culpa, que mereceu tal e tão grande Redentor”. -Oração eucarística IV - “E quando pela desobediência perderam a vossa amizade, não os abandonastes ao poder da morte, mas a todos socorrestes com bondade, para que, ao

procurar-vos, vos pudessem encontrar”. procurar-vos, vos pudessem encontrar”.